quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Linspector

domingo, 5 de agosto de 2012

A LENDA


                            A LENDA


         Conta uma lenda que uma jovem mulher madura estava destinada a ter vários amores durante sua vida. Assim era devido às suas várias vivências anteriores onde espalhara encantamentos para que os homens a amassem.

         Nestas vivências fora julgada culpada por delitos diversos em razão de sua beleza e por se utilizar de magia para obter favores de naturezas diversas, desde financeiros a meramente sexuais.

         A vaidade de vidas anteriores a levara a se utilizar de seus conhecimentos tanto para o bem quanto para o mal. Deixava homens apaixonados e depois os abandonava, destruía lares familiares, ou apenas desviava recursos financeiros de seus amantes vitimados por seus encantos.

         Já vivera como grande sábia da floresta auxiliando pessoas enfermas, mas igualmente se utilizara destes conhecimentos em prol de vendetas particulares.

         Por poucas vezes se tornara mãe, em razão dos filhos órfãos de pais que seduzira por capricho ou interesses egoístas. Retornara ao plano terreno algumas vezes como auxiliadora de partos para reduzir o karma gerado por seus atos anteriores, algumas vezes gerando seus próprios filhos que não viveriam por muito tempo em função de doenças que não conseguia curar ou de enfermidades advindas das guerras que participavam.

         Sofreu por amor em algumas de suas encarnações, quando incorporara o gênero masculino, perdeu amores em batalhas sangrentas e sangrou como guerreira em outra vida que se destinara a permanecer sozinha, sem beleza, sem conhecimento, portando apenas força bruta.

         Foi castigada por maridos traídos e por cônjuges psicopatas. Foi amada e idolatrada, odiada e temida. Venceu e foi vencida, morreu e renasceu.

         Agora esta mulher se encontra confusa, amedrontada e indecisa.
        
         Nesta vida se encontra na fase anciã, reencontrou amores de vidas passadas em graus de elevação espiritual diversos; voltou a cometer erros, porém sua sabedoria permitiu resgatá-los prontamente. Aprendeu e ensinou quase tudo o que podia. Ela tem pressa.

         Voltou a fazer sofrer, entretanto, não por vaidade, mas por falta de atenção, e pagou por isso. Permitiu a vinda de alguns filhos, foi abençoada em fazer amigos e inimigos (que lhe ensinaram muito). Amou e perdoou.

         Ela quer o perdão, mas não se perdoa. Agora quando desistiu do amor, encontrou sua alma gêmea, seu maior amor de outras vivências. Ele está do outro lado da montanha e ela sabe como atravessá-la, mas percebe que o caminho é perigoso e pode trazer sofrimento para outras pessoas que ama e deverá abdicar de quase tudo aquilo que conquistou em prol deste sentimento. Ela acredita que esta é a decisão correta a tomar, não sabe exatamente como fazê-lo e está insegura, porém esqueceu-se como chorar.
        
         “Se Deus foi generoso ao possibilitar que nos reencontrássemos, por que não haveríamos de nos permití-lo?”